sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu não pertenço a nenhuma comunidade, nem tão pouco pensava que isto me incomodava até ao inicio desta noite. Moro na minha freguesia há 10 anos e à conta da filha andar na catequese devo ter ido uma meia dúzia de vezes à missa onde me deparava com a comunidade da minha freguesia. Não é a minha comunidade mas sim a da freguesia onde resido...nunca me aqueceu nem me arrefeceu, nem nunca ninguém deu pela minha presença ou pela minha ausência.
Hoje, fui à missa da comunidade da freguesia onde trabalho, pelo pior motivo a que se é obrigado a ir...e tive inveja daquela comunidade. Conheço cada rosto, reconheço as formas de todos e eles sabem quem sou. Acenaram-me com a cabeça, sorriram-me com os olhos e naquela parte da missa em que desejamos a paz uns aos outros, o habitual aperto de mão frio foi substituído por um por um beijo sentido.
Miúdas tímidas que vão ao Almofariz transformadas em borboletas lindas cheias de segurança e confortáveis no seus papeis de membros do coro. Miúdos/diabretes que não param um segundo  transformados milagrosamente em doces crianças, adultos com atrasos mentais a tentar (e com algum sucesso) desempenhar funções ditas normais. Todos juntos formam uma bela de uma comunidade, uma comunidade à qual gostaria de pertencer, uma comunidade que eu hoje lamento que não seja a minha.

2 comentários:

  1. E, de certo modo, até pertences. Fazes parte da vida deles, é importante para eles e isso viu-se pela maneira como te acolheram. Boa noite

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  2. Sempre gostei muito (MESMO MUITO!) dessa freguesia de que falas.
    Na altura em que comprei casa ponderei entre onde estou e a freguesia em questão.
    Jovem, dinamica, simpática e unida são coisas que raramente se vêm por estas bandas!!

    Carla

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